(In)Felizes coincidências

quinta-feira, janeiro 11, 2007

Mais uma "Rivolição"

Ontem passei por Santa Catarina e estava a começar mais um protesto contra o Rui Rio... Nada que nos últimos tempo já não seja habitual... Desta feita, mais um protesto contra a entrega do Rivoli a mãos privadas.

Pela rua distribuíam panfletos onde explicam a razão da sua revolta. E passo a citar:

"Serviço Público

O valor do serviço público – como o valor da liberdade de reunião e expressão, por exemplo – é algo de que frequentemente só temos exacta consciência quando a sua concretização deixa de existir. As populações protestam quando lhes fecham uma escola mais à mão, a maternidade onde julgaram poder ter assistência, a linha de autocarro que serve a sua zona. Se toda a gente entende a utilidade do ensino, dos cuidados de saúde e dos transportes colectivos, menos pessoas, é certo, parecem sensíveis à utilidade pública de um espectáculo de cinema, de música, de teatro ou de dança, etc. os bens culturais, historicamente reservados às camadas privilegiadas, estão longe de se terem tornado bens comuns. No entanto, não será por muitos dos nossos antepassados próximos terem morrido analfabetos, terem morrido prematuramente ou em grande sofrimento, terem visto as suas vidas encurtadas pelos esforços excessivos em prol da mera sobrevivência, que deixamos de ter como positiva a aprendizagem alargada da leitura e da escrita, o acesso aos médicos e aos tratamentos, a facilitação das deslocações graças a veículos que transportam grupos de cidadãos. Estamos pois convictos de que a luta em favor da manutenção do Rivoli Teatro Municipal enquanto serviço público – destino que justificou a sua aquisição e restauro – envolve uma causa relevante para todos e tida como importante para muitos elementos desse todo.
Por isso descemos à rua. Por isso tentamos acordar para a tomada de consciência os transeuntes que um dia a demasiado esgotante torna passivos. Por isos berramos bem alto, nesta nossa Baixa em baixa, que é preciso combater os abusos do poder, sobretudo quando ele se escuda atrás de resultados eleitorais que a ninguém conferem arbítrio absoluto.
A LEI DO MAIS FORTE É A LEI DA SELVA"

Tenho pena de só ter tirado fotos com o telemóvel e não conseguir passá-las para computador, mas cada um dos manifestantes trazia um cartaz ao peito com dizeres como "Rivolimites", "Rivoltosos" e outros com duras críticas ao presidente, tal como "Rui Rio só fala em números e em dinheiro, mas entrega o Rivoli a um famoso caloteiro". Críticas... e por este andar as "Rivolições" não ficam por aqui...

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terça-feira, dezembro 19, 2006

Blogues serão órgãos de comunicação daqui a dez anos*

A influência nas decisões é tal que passarão a concorrer com os meios tradicionais

Os blogues estão a tornar-se num fenómeno cada vez mais relevante e dentro de dez anos serão considerados órgãos de comunicação equiparados aos meios tradicionais, revelam as conclusões de dois estudos apresentados ontem em Paris, França.
O blogue será um “meio de comunicação social como os outros”, afirmaram os investigadores Dave Sifry, fundador do motor de pesquisa americano “Tecnorati”, e Alexis Helcmanocki, responsável do instituto de sondagem francês IPSOS, no encontro internacional Web3.
“A ideia de que somos ao mesmo tempo produtores e consumidores, podendo contribuir activamente para as nossas próprias decisões e as dos nossos amigos e vizinhos, será tão natural no futuro como é hoje ler um jornal”, acrescentou Sifry.
O facto de 60 milhões de blogues estarem catalogados no fim de Setembro leva a crer que o blogue se vai impor entre os utilizadores destes diários na Internet. De acordo com o último recenseamento do motor de pesquisa “Tecnorati”, o fenómeno está a conquistar rapidamente novos espaços linguísticos, nomeadamente chineses (dez por cento) e japoneses (33 por cento), que assim sucedem aos blogues em inglês, ainda líderes com 39 por cento.
Segundo o estudo realizado pelo instituto IPSOS, 61 por cento dos 2214 inquiridos estão a par dos blogues. O questionário foi feito a residentes de França, Grã-Bretanha, Itália, Alemanha e Espanha.
O estudo do IPSOS permite apurar que os blogues influenciam os comportamentos de consumo de quem os consulta, tendo 34 por cento dos entrevistados respondido que podem renunciar a uma compra após ter lido comentários negativos sobre o produto num blogue.

*notícia publicada no jornal “Metro”, do dia 13 de Dezembro de 2006

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sábado, dezembro 09, 2006

Smelly cat

Como eu adoro estes meninos!! Dos muitos bloopers que já vi e com os quais me parti a rir, optei por partilhar este =)
O blooper do sketch do indíviduo com determinadas características...o senhor Gonorreiaxxx....os gajos partem-se mesmo a rir!! Partam-se vocês também...


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quinta-feira, dezembro 07, 2006

Mães!!! - aprendam a educar os vossos filhos

Sempre ouvi dizer que "se não os podes vencer... junta-te a eles!" --> e, acrescento eu, isto deu origem a um novo conceito de educação... Parece eficaz! =)



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Luc Besson vem a Lisboa para a antestreia do seu novo filme

O realizador e escritor francês Luc Besson vai estar presente na antestreia da sua mais recente obra cinematográfica, intitulada “Artur e os Minimeus”. O cinema São Jorge, em Lisboa, vai receber o evento no dia 4 de Dezembro.
O filme conta a história do pequeno Artur, um menino de 10 anos, cuja personagem é inspirada num clássico homónimo da literatura infantil. A personagem inicia uma viagem pelo mundo da fantasia, onde vai descobrir os Sete Reinos dos Minimeus, escondidos no seu jardim.
Uma empresa construtora está prestes a demolir a casa dos seus avós e ele que resolver o problema. Artur procura pistas num livro do avô, desaparecido misteriosamente, e conhece o mundo das pequenas criaturas – Minimeus- que têm apenas 2 milímetros de altura e vivem em perfeita harmonia com a Natureza. E aqui começa a aventura.
As vozes emprestadas ao filme são mais um apelo para assistir à estreia. A norte-americana Madonna dá voz à princesa dos Minimeus, Selenia, que acompanha Artur na grande viagem. Snoop Dog e David Bowie também dão voz a algumas personagens do filme de animação.
A estreia está prevista para 13 de Dezembro.

Luc Besson, nasceu em Paris em 1959, e é considerado por muitos como o Steven Spielberg francês.
Entre os seus filmes mais célebres, contam-se Le Grand Bleu (1988), um filme de culto para toda uma geração de franceses, Nikita (1990), a sua porta de entrada para o mercado cinematográfico internacional, Léon (1994), O Quinto Elemento (1997), o filme mais caro da história do cinema francês, e Joana d’Arc (1999), a história de uma jovem de 19 anos que lidera o exército francês contra os inimigos ingleses.

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segunda-feira, outubro 30, 2006

Citizen journalism: from pamphlet to blog

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domingo, outubro 29, 2006

Uma abordagem ao jornalismo cidadão

Jornalismo cidadão é o jornalismo feito pelo cidadão. Do inglês citizen journalism, ou ainda grassroots journalism, jornalismo participativo, jornalismo colaborativo ou jornalismo open source, ganhou força na Internet após o surgimento das ferramentas de edição e publicação como blogs e ainda após a popularização de novas tecnologias como telemóveis equipados com câmaras digitais.

A origem desta modalidade jornalística remonta aos Estados Unidos com as experiências do public e civic journalism. O primeiro foi uma resposta à perda de leitores da imprensa escrita na concorrência com os canais de televisão e também uma maneira de impedir o controlo, cada vez maior, das máquinas partidárias sobre o debate político nos média. Era necessário contrapor a crescente desconfiança dos cidadãos em relação aos média noticiosos e à actividade política. Este novo jornalismo pretendia impor uma nova agenda de opinião e tornar-se o intérprete dos cidadãos quanto à hierarquia dos problemas e à escolha das soluções pela comunidade.

Apesar de não haver um marco fixo para o nascimento desta actividade, a Wikipédia cita que o movimento começou a ser desenhado após as eleições presidenciais de 1988 nos EUA, em virtude da desilusão popular com a forma como o processo tinha sido conduzido pela imprensa tradicional. Na verdade, o conceito começou a ser aplicado em diversas partes do mundo, simultaneamente e com destaque, a partir de 2000, com a expansão dos recursos tecnológicos e de comunicação disponíveis, como já foi referido anteriormente.
Chama-se jornalismo cidadão a todo “o acto de os cidadãos terem um papel activo no processo de recolha, reportagem, análise e disseminação de notícias de informação. O objectivo desta participação é fornecer informação independente, fiável, rigorosa, de grande alcance e relevante que uma democracia requer.” (Bowman e Willis)

Mas terá esta informação todos os pontos tocados por Bowman e Willis? O jornalismo tem uma relação intrínseca com a cidadania, esclarecendo a sociedade, mas o jornalismo dos cidadãos leva mais longe esta questão da cidadania. Os cidadãos jornalistas são “as pessoas antigamente conhecidas como a audiência.” (Jay Rosen)

Nemo Nox, um dos mais famosos integrantes da blogosfera brasileira, lança as seguintes questões: Porquê jornalismo cidadão? Um jornalismo praticado por cidadãos? E não são cidadãos os jornalistas a serviço dos grandes jornais e das redes de televisão? O que os diferencia, em termos de cidadania, dos outros jornalistas? Ou seria jornalismo cidadão somente um eufemismo para jornalismo amador? Ou para jornalismo independente de grandes corporações? Onde fica a fronteira que separa o amadorismo do profissionalismo ou a independência do corporativismo? Quais os factores a levar em conta? Qualidade, remuneração, certificação, reconhecimento governamental?

O objectivo do autor é denotar um estímulo ao debate do tema, mas cabe destacar que a expressão “cidadão” indica a figura de uma pessoa que não possui como principal actividade o jornalismo. Ele produz informação com o simples objectivo de informar. E esse é o conceito de cidadania que o termo procura transmitir. De acordo com J. D. Lasica, podem ser caracterizadas até seis categorias de jornalismo cidadão, que vão desde a simples participação da audiência em veículos tradicionais até os sites exclusivamente colaborativos.

Lasica, como já foi dito, divide o jornalismo cidadão em cinco modalidades, as quais passo a explicitar:

  • Participação da audiência em media noticiosos mainstream: comentários dos utilizadores a notícias, blogues pessoais, fotos ou vídeos captados através de câmaras pessoais ou notícias escritas por residentes de uma comunidade. Os jornalistas não podem estar em todo o lado, mas os cidadãos sim; é inevitável. Por isso, os media estão a abrir espaço aos cidadãos;
  • Sites independentes de notícias e informação: neste caso Lasica dá o exemplo de Drudge Report, o primeiro site a lançar o boato sobre Mónica Lewinsky. Este é um site completamente independente e o exemplo máximo de “I’m the media”;
  • Sites participativos de notícias: como exemplo, o autor enuncia o Oh My News, um site coreano, onde a maior parte das notícias são feitas pelos cidadãos;
  • Media leves ou ‘thin media’: notícias por mailing lists ou newsletters por email;
  • Sites pessoais de broadcasting: compostos por áudio e vídeo.
Antigamente, o jornalismo fazia o programa, definia o método e explicava a matéria. Os cidadãos recebiam, a sua margem de manobra era a posteriori. O provedor era um dos meios do cidadão actuar. Mas hoje em dia há uma participação do cidadão necessária para a construção da informação, sendo que os cidadãos não devem ser os que não sabem nada, não se devem limitar só a reagir à informação. Devem explicar, mas também aprender. O jornalista deve escutar o cidadão para valorizar a sua função, não deve ser apenas uma mera testemunha. O trabalho do cidadão deve ser escrutinado, avaliado, filtrado, mas usado como colaboração válida. O cidadão merece valor, porque como diz Manuel Pinto, professor na Universidade do Minho, Quem fez o valor do YouTube? Os nossos vídeos. O que faz o valor do Google? São os nossos posts. Estamos a alimentar os grandes grupos.
Uma perspectiva diferente tem Rupert Murdoch, que se refere a uma evolução do conhecimento, para reconhecer que o poder está a mudar dos editores e das elites para as audiências. O poder da informação está a escapar-se das mãos dos jornalistas. É importante pensar no factor tecnológico, é preciso tornar a tecnologia um facto do pensamento. Não há técnica neutra, enquanto cidadãos somos estimulados a saber aceder às tecnologias sem que nos interroguemos sobre o nosso estatuto enquanto utilizadores. No entanto, para Murdoch, este factor faz com que os jornalistas comecem a perder protagonismo e consequente domínio da situação.
Steve Outing explora o jornalismo cidadão em onze camadas, algumas delas em sintonia com J. D. Lasica.

1. Sites que se abrem a comentários do público – e, de acordo com Outing, não apenas nas notícias do site, mas em todas as secções. Outing cita os problemas que a maioria dos sites enfrenta quando começa a aceitar os comentários. Alguns leitores não entendem bem a razão daquela abertura e resolvem simplesmente desabafar contra o governo, contra outros leitores e até mesmo fazer propagandas pessoais ou de produtos ilícitos. Isso obriga a redacção a manter uma vigilância permanente sobre os fóruns de comentários, o que é um trabalho, desde o início, já perdido, pois o fluxo de comentários sobrepõe-se à capacidade de observação de uma redacção. Como solução, Outing sugere pedir identificação aos comentadores. De facto, diminui muito o número de comentários fora das regras jornalísticas, mas não os exclui completamente. Outra solução, que Outing não cita mas que parece bastante razoável, é deixar que os leitores possam escolher ou bloquear, os comentários de determinadas pessoas. Quem já acompanhou os fóruns de discussão por algum tempo sabe que alguns participantes frequentes costumam causar muita indignação noutros. Oferecendo a ferramenta de bloqueio de participantes, os leitores incomodados deixariam de ser "obrigados" a ler aqueles comentários e o participante que os lançou não se sentiria privado dos seus direitos. No entanto, não é conhecido nenhum site que ofereça essa ferramenta.

2. A contribuição do cidadão repórter – Leitores e participantes contam as suas histórias sobre determinados assuntos. Com o envio de fotos de um evento noticiado pelo site, como por exemplo quando os sites pediram e receberam depoimentos de pessoas que de alguma maneira foram afectadas pelos atentados de Londres. A questão defendida por Outing, no entanto, é que isso seja regra, não excepção.

3. Reportagens abertas (open-source reporting) – Outing descreve algumas modalidades da reportagem aberta, que consiste em produzir uma reportagem com a ajuda dos leitores. Um modo é divulgar em blogs pessoais, ou até mesmo enviar por e-mail o tema da reportagem, quem será entrevistado e qual a ideia da mesma. Depois é esperar uma resposta e, claro, dar ouvidos ao que os leitores dizem. Antes de imprimir ou publicar a matéria, convém debater o texto final com o grupo que ajudou o repórter nesse trabalho. No entanto, esse grupo de leitores não será personagem da reportagem.

4. Comunidade de Blogs – Sites de notícias que queiram aplicar o jornalismo cidadão deveram agregar uma “rede” de blogs locais ou de assuntos relacionados e, com isso, formar uma comunidade de leitores “blogueiros”. Não é um site de blogs, mas sim um conjunto de blogs seleccionados que possam interessar a outros leitores do site e que tenham alguma relação com o serviço.

5. Transparência na redacção – É um dos temas mais polémicos e que certamente causa maior resistência nas redacções. Outing sugere que a redacção tenha um blog aberto ao público, onde são comentadas, defendidas, criticadas e, principalmente, reveladas as formas de trabalho do jornal. Como e porquê foram tomadas certas decisões durante certas situações. De que maneira certas matérias foram investigadas e escritas. Mas essa ferramenta do blog de redacção, que segundo Outing pode ser apenas o blog do editor-chefe, vai muito mais além, pois precede o encerramento e a publicação dos textos, permitindo um maior envolvimento com os leitores. No entanto, nem todos os leitores têm tempo para conversar com os repórteres ou editores. Nem todos os leitores se sentem aptos a comentar notícias (por escrito, já que verbalmente todos o fazem). Portanto, essa ferramenta deve ser usada com um certo equilíbrio.

6. O site de notícias do leitor (versão editada) – é um dos resultados mais radicais do jornalismo cidadão. Um site de notícias feito com notícias dos leitores, mas com alguma edição por parte dos jornalistas. A sugestão de Outing é que esse site seja independente mas fique dentro do site de notícias principal do jornal que o promove. Dessa forma, pelo menos até que as duas coisas não se fundam, os leitores terão duas opções de leitura.

7. O site de notícias do leitor (versão não editada) – é a mesma ideia do item anterior, mas sem nenhuma interferência editorial. Os leitores postam os seus comentários, notícias, críticas, fotos e um sistema editorial organiza e apresenta todo o material.

8. Imprima tudo semanalmente – uma edição semanal, ou mais espaçada, impressa e distribuída gratuitamente com os conteúdos publicados pelos leitores nos sites editados e não editados. Alguns dizem que isso seria a solução para a quebra nas tiragens dos jornais impressos.

9. O híbrido jornalismo profissional + cidadão – jornais completamente feitos com a colaboração dos leitores, mas com o suporte, ajuda, e também redacção final de jornalistas profissionais.

10. Integração total entre jornalismo profissional e cidadão – um site ou até mesmo um jornal impresso, que una matérias elaboradas por jornalistas profissionais com outras enviadas e publicadas pelos leitores. A diferença desse modelo para o item anterior, é que neste caso, as matérias dos leitores não serão editadas ou reescritas. Serão publicadas ao lado das dos jornalistas profissionais, dando-lhes a mesma importância.

11. Jornalismo wiki – o exemplo mais radical de todos, que condensa todos os itens acima indicados. Outing sugere que o wiki derruba as fronteiras entre o profissional e o cidadão/amador. Ambos podem escrever, editar, apagar, reescrever e assim por diante, indefinidamente, uma reportagem. Outing considera que o wiki ainda não se consolidou, mas aponta benefícios que as empresas tradicionais poderiam obter ao adoptar a ferramenta nos seus sites. Um exemplo do poder do wiki foi logo após os atentados de Londres, o WikiNews trazia uma extensa página com quase todas as informações relevantes e importantes sobre o facto. Desde links para sites de fotoblogs, informações para o metro de Londres, depoimentos, personagens a links para outros sites noticiosos.
Há alguns sites noticiosos que recebem mais ou menos colaboração de cidadãos e são tidos como exemplos de sucesso a seguir. Alguns dos exemplos mais conhecidos são o Wikinotícias ou o OhMyNews.

O Wikinotícias é um projecto de notícias livre, onde qualquer pessoa pode escrever, criar, ampliar ou editar um artigo. Está disponível em mais de duzentos idiomas.

O OhMyNews é um ciber jornal coreano, fundado em 2000 e que defende a máxima de que “todo o cidadão é um repórter”. Foi o primeiro exemplo mundial a aceitar, editar e a publicar artigos dos seus leitores; apenas vinte por cento do conteúdo deste site é produzido pelo staff, enquanto que os restantes artigos são escritos por cidadãos.
A Internet, onde se está a operar a grande revolução comunicacional dos últimos anos, vai-se tornando, progressivamente, de todos. Mas a maioria das pessoas quer usar a Net para comunicar e, por muito que desagrade aos entusiastas do jornalismo cidadão, muito poucos serão os interessados em fazer jornalismo.

O jornalismo cidadão está a consolidar-se como uma tendência mundial. Após um período de maturação, o modelo que tem mostrado melhores resultados é o híbrido, onde jornalismo amador e profissional
se fundem. No entanto, há ainda muitas questões levantadas por este tema.
A tecnologia finalmente colocou ferramentas de produção e de publicaçãode jornalismo nas mãos dos cidadãos. Mas se produzir e publicar deixoude ser problema, a questão da comercialização ainda está longe de ficarresolvida. O jornalista cidadão obtém remuneração? Até que ponto o factorremuneração deve ser levado em conta na classificação de um produtojornalístico como jornalismo cidadão/amador? Existe compatibilidade com a profissionalização plena?
São perguntas suficientes para começar a discussão. Haverá alguém que tenha respostas?

~~Referências bibliográficas~~

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segunda-feira, outubro 02, 2006

O Jogo online

O site deste jornal português dispõe de algumas funcionalidades interessantes, mas que não ultrapassam o “básico”.

Em termos de design, é bastante atractivo, porque dispõe de um contraste de cores fortes (preto e amarelo, basicamente) e na página principal é apresentada uma grande imagem da capa da edição impressa. No entanto, como forma e conteúdo andam de mãos dadas, ter um design apelativo não chega.

A navegação pelo site é bastante acessível, já que as notícias estão organizadas por temas e subtemas - futebol, modalidades, opinião e estatística – e assim se torna mais fácil ir directo ao assunto em que se está interessado.
É dado relevo aos destaques do dia, para que o leitor possa manter-se a par das notícias mais importantes de cada dia.
No entanto, se for necessário uma busca pr artigos anteriores, O Jogo online dispõe de um arquivo noticioso.
Ainda disponível está também uma secção que abrange notícias de última hora de todas as modalidades.

A participação do leitor neste site prende-se com pequenos inquéritos online de temas actuais, possibilidade de compras online – loja e clube móvel – e ainda há espaço para a opinião do leitor e são aceites as suas sugestões.

Em termos de multimedialidade o site não dispões de muitos meios. Vídeos, infografias, registos áudio, slideshows, entre outros, estão ausentes deste site.
O Jogo online usa maioritariamente imagens a acompanhar o texto e, na minha opinião, não usa apenas texto para que a leitura não se torne excessivamente “pesada”. Neste aspecto peca. Há determinados temas aos quais poderia ser dado outro tratamento. No lugar de se limitar a transcrever a edição impressa, O Jogo online podia explorar outros recursos multimédia; por exemplo, quando nos jogos mais importantes da jornada fossem dados a conhecer ao leitor os lances mais importantes da partida, poderia ser utilizado um pequeno vídeo. Outro dos aspectos a explorar seria, por exemplo, utilizar um slideshow (com ou sem som) para descrever o jogo em imagens, isto é, transcrever os momentos marcantes do jogo em questão por imagens.

Outro dos pontos fracos deste site prende-se com a pouca hipertextualidade. Os links dados ao leitor são apenas internos e para artigos anteriores relacionados com o tema em causa. Na minha opinião, poderiam ser disponibilizados outros links (externos) para jornais internacionais, por exemplo. Seria curioso saber que tratamento dá um jornal português e um jornal internacional à mesma notícia, que disparidades podemos encontrar, se há ou não parcialidade, entre outros aspectos.

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